Comprimidos

Leia a bula.

Ao persistirem os sintomas, procure um médico que saiba responder algo além de "deve ser amor".
Que coisa doentia.

sexta-feira, abril 30, 2010

Counting down to zero just to start again.

Que mania chata de me encantar por tudo, todos e qualquer bobagem.
Por uma brincadeira, uma conversa diferente, um cheiro de outro mundo, um sorriso do tamanho do meu mundo.
Por ele ou qualquer outro que me faça tremer nas bases, arestas e vértices.
Que desampare meus pensamentos por fazê-los fugirem daonde devem estar.
Por evaporar minha concentração e jogá-la de um abismo, largando-a num dark hole à anos-luz de minha capacidade de refrear sentimentos.
Da minha incapacidade de diferenciar admiração de adoração, adoração de paixão e paixão de amor. Acaba que admiração vira amor revestido por uma bola de fogo tropical, fervente, ácida, venenosa e inflamável, repleta de confusões e sentimentos distorcidos.
Falta de experiência ou vontade de encontrar tudo ao mesmo tempo, num mesmo alguém.
Pressa de mundo, de vida. Nem duas décadas depois de ser parida e eu já tô querendo ter netos antes de filhos, ser conhecida antes de me fazer conhecer, ser amada antes de descobrir o amor.
Preciso descobrir como separar os desejos de sentir do realismo emocional. Criar uma passione falsa é tão ruim quanto sofrer com a realidade desapaixonada.
Preciso me acalmar, resguardar a afobação pra algo que desgaste menos e converta meu tempo em futuro próspero.
Preciso esquecer um pouco dos outros e lembrar de mim. Aliás, 'mim' que é quem? Eu que sou o quê? Pra quêm devo ser? Porquê? Por mim, não pra você. É isso que preciso entender.
Preciso escolher entre viver um pouco de tudo gradativamente ou viver tudo de um pouco, com a intensidade de uma manada de mastodontes famintos admirados com a possibilidade de jantar.
E eu me alimento de sonhos, esperanças. Expectativas.
Não vivo de amor ou de esperas contínuas por um cariño.
Mas facilmente morreria por isso.
Não que eu o queira. Eternidade é utopia, mas quem sabe?
Necessidade de viver pra sentir e morrer de asfixia emocional. Talvez seja uma boa forma. Admirável quiçá.

De um lado a idéia revoltada de que o mundo é inimigo. O bom corre depressa, o mal caminha em velocidade negativa. Retardatário.
De outro lado, a aceitação de que tudo tem seu tempo.
No meio de tudo, minha maneira de ver. Tempo, espaço, física, opinião pública. Para os diabos tudo isso. Minha escolha é entre viver da minha forma surreal ou da realidade tridimensional.

Minha dimensão é outra. Imensidão.
Preciso escolher. Preciso, preciso...


Everyone must make a choice
Will I go for it all and possibly fall?
The tightrope is thin
.