Escorre como doce entre as veias,
Como a imaginação na ponta do lápis.
Como uma alma desabrigada,
Como a calma desesperada,
Feito um coração em prantos,
Feito até tristeza, beirando pelos cantos.
Meio à uma janela, fria e impaciente.
Meio à um lugar de destino inexistente,
Que percorre por si só, descontente.
Mas ela está lá, sinuosa, estonteante
Em um rumo demente,
Pronta a evaporar num menor sopro de calor.
Solta feio ramos a desprender da flor.
E então lhe pergunto o porquê,
Mas ela não sabe me dizer
Não insisto.
Nem de mim desisto, mas dela já não sei mais.
Deixo em paz.
Mantém-se em sua leveza.
Eu a observo,
Seu caminho, seu linear
E olho. E imagino. E deixo cair.
Afinal, chuva boa é aquela com gosto.
E de liberdade.
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