Comprimidos

Leia a bula.

Ao persistirem os sintomas, procure um médico que saiba responder algo além de "deve ser amor".
Que coisa doentia.

terça-feira, dezembro 14, 2010

Um conto sem título, história, autor ou porra nenhuma.

E nesse papel envelhecido, com cheiro de fundo de gaveta, vomito minhas angústias.
Não gosto desse odor. Que relevante...
As vezes me perturbo ao pensar se deixar de gostar de você é realmente a solução dos meus problemas. Te deixar de lado, jogar num canto qualquer até a poeira inibir toda a minha vontade de te procurar. Penso se todos esses pensamentos loucos e inconvenientes vão desaparecer simultaneamente à sua fuga de mim.
As vezes questiono se as lembranças vão continuar a me perseguir mesmo que esteja a quilometros de distancia e tenha aceitado o “nunca mais quero te ver”. Não que ache que eu vá ter coragem de dizer, mas vamos supôr.
As vezes, no meio dos meus disturbios e surtos de saudade e puta que pariu porque diabos gosto tanto de você?, penso que é meu veneno. Nas tantas outras vezes, quando me aparece com aquele seu jeito torto, suave e incrivelmente sexy, eu vejo que talvez seja o remédio.
Você é meu paradoxo. Meu chão, meu desequilibrio. Minha falta de pensar, minha vontade de agir. Você é meu até quando não é. Não que eu te coloque num pedestal, mas você anda protagonizando demais a minha vida… E não estou reclamando, não sou anti-herói. Apenas a mocinha esperando pra ser salva. Ou, nos meus dias menos ortodoxos, para ser molestada cruelmente. Eu não me importo. Meu corpo é formado por linhas tortas que choram pra que você nelas escreva. Um conto qualquer. Horror, romance, drama, comédia. Só não espere o papel envelhecer.

Um comentário:

Sunflower disse...

Quando a galera vai aprender o profusamente repetido "tem que regar a porra da plantinha"?