Comprimidos

Leia a bula.

Ao persistirem os sintomas, procure um médico que saiba responder algo além de "deve ser amor".
Que coisa doentia.

sexta-feira, agosto 27, 2010

Cheio de vazio.

E logo eu que reclamava do amor
Estou aqui pra lamentar meu insatisfeito peito
Que se abate pelo excesso de nada
E pela humilhação de admitir que é movido por um alguem qualquer.
Bem me quer, mal me quer, não me quer. Quem quer?
Não há. Não acho. Não eu.
Minha identidade prolixa se perdeu.
Meu coração de peito murcho suspira.
Calmo e lentamente, esperando uma rajada de adrenalina.
Algo que só alguem como você pode trazer. Aonde está? Quem és?
Mas não há. Não acho. Não você.
Você que roubou essa metade cheia de mim seu eu nem perceber.
Sem nem saber que era de mim que estava arrancando um pedaço.
Acredito na sua existência. E espero que devolva essa peça que falta.
Odeio não completar quebra-cabeças.
Odeio que me tirem de mim.
Gosto das minhas rédeas, da minha razão.
E essa diz pra que devolvas meu coração.
Ou vai sentir a fúria do meu eu-lírico que, diferentemente desse meu eu inerte,
Se entope de autoritarismo e vai exigir que me complete.
Porque é assim mesmo o amor. Exigente, cansativo. E viciante.

Merda de abstinência passional.

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