Comprimidos

Leia a bula.

Ao persistirem os sintomas, procure um médico que saiba responder algo além de "deve ser amor".
Que coisa doentia.

sábado, maio 29, 2010

Essay.

Muita gente vive dizendo que adolescente não tem quase nada pra contar pelo pouco tempo que teve nesse mundo até então. O que toda essa gente não sabe que, pra viver, basta um minuto, desde que seja o mais intenso possível. Sem clichês.
Um abraço esperado, o cheiro de nossos anseios tomando conta do ambiente. Vivem falando que um olhar diz tudo, não é? Olhares não duram uma vida inteira porque nós somos feitos de inconstâncias. Mas, com certeza, na memória de quem quer que seja ele ficará eternizado. Olhares são mais do que olhos percorrendo nosso rosto, são câmeras biológicas filmando nossa alma em uma busca insaciável pelo desconhecido, íntimo, confidencial. Os adolescentes vivem tanto quanto um senhor de 80 anos, porque o dia tem vinte e quatro horas pra ambos. Só que o vovô já teve algumas mais do que o jovem, claro. Isso não impede desse último sentir tanta intensidade nos acontecimentos, de saber que entre nascer, crescer, reproduzir e morrer existe o “ser”. Ser quem imaginar, quiser, puder. Enfrentar à si próprio, seus medos, egos e verdades.
Enquanto os pais desses novatos (em termos de mundo) pagam-lhe as contas de luz, gás e telefone, eles descobrem que são a-lunos, seres sem luz e que precisam ser orientados pelo mundo afora. Que o “gás” que os move é a procura incansável pelo novo. Eles sabem que são o futuro, mas não querem que lhes imponham o destino, os problemas e limites. Aliás, essa é uma palavra que eles detestam. Tarjas que os impedem de fazer se o quiserem. Quem é que gosta de ser impedido da felicidade?
Se te disserem que não podes, involuntariamente vai querê-lo. O divertido é o anteparado.

E quem lhe diz isso é uma garota de 16 anos.

Nenhum comentário: